- Ulisses Mochileiro
Uma Experiência em Arraial do Cabo/RJ
Não é a toa que Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro, é conhecida por ser o “Caribe Brasileiro”. A beleza das águas e o cenário paradisíaco fazem jus á lembrança do cenário da América Central.
Saímos de Vitória/ES por volta das 21h e viajando durante a noite chegamos em Arraial do Cabo/RJ pouco antes do amanhecer.
A casa que ficamos na Avenida da Liberdade é próxima de padarias, restaurantes, supermercado, tabacaria, sorveteria e farmácia.
E ficamos a apenas três quarteirões da Praia dos Anjos, onde fica o cais de embarque para os passeios. Estávamos muito bem localizados!
Montado o acampamento, por volta das 8h já estávamos todos prontos para o cronograma do dia: passeio de barco e praias!
O trajeto até as praias é um diferencial, devido á geografia da região. Arraial está numa "ponta" do continente avançada mar a dentro. O trajeto de barco até as praias passa por regiões de profundidade que variam de 5 a 50 metros.
Por este motivo é importante se manter atento ás ondas que vem de alto mar. Pois o barco pode ser atingido lateralmente, tombando a embarcação. E apesar de toda a experiência dos guias, e dos coletes nos barcos (que não nos obrigaram a usar), o maior responsável por sua segurança será sempre você mesmo!
Passamos o dia em dois lugares lindos, a Praia da Ilha do Farol e a Praia do Pontal do Atalaia. No caminho passamos por alguns pontos turísticos da região, como a Pedra do Macaco, a Gruta Azul e a Fenda de Nossa Senhora. Todos vistos e fotografados de dentro do barco.
Nosso desembarque ocorreu em apenas dois pontos, um na Ilha do Farol e outro em Pontal do Atalaia.
Importante dizer que não há vendedores ambulantes na Ilha do Farol, e farofeiros não são permitidos :)
O lugar é preservado, e conta com a proteção da Marinha do Brasil.
O fluxo de turistas é tão intenso no fim de semana que tivemos que aguardar no barco pela autorização para desembarque. Mas a espera é recompensada! Como se vê pelas fotos, a água é tão clara (e gelada!!) quanto a piscina mais limpa.
Infelizmente, só é permitido a permanência por meia hora devido a proteção da vida marinha. Mas são 30 minutos que valem a pena.
Na praia do Pontal do Atalaia há vendedores (e farofeiros), por lá uma água de coco pode chegar a custar incríveis 10 Reais! Portanto leve seu cantil, e algumas barras de cereais, frutas ou biscoitos pra passar o dia.
A praia é linda, de areia branca e um mar azul profundo que te faz perder a noção do tempo.
O dia terminou bem com um churrasco de confraternização. Um momento massa pra aproximar as pessoas de forma muito positiva!
Durante a noite, saí pra dar uma volta e conhecer um pouco da noite de Arraial. O povo se reúne na Praça do Cova. Bem coisa de interior, muita gente em plena avenida, trânsito impedido e algumas bandas no palco montado pra uma festa de verão que foi até de manhã.
No segundo dia, após um café da manhã reforçado, partimos em direção a Praia do Forno. Da casa onde estávamos são cerca de 40 minutos de caminhada leve, passando pela trilha que leva até o local. A entrada da trilha fica na Rua Vera Cruz, próximo ao Porto do Forno, que serve para o escoamento do sal produzido da região, e para navios que vão para a exploração do petróleo nas bacias de Campos e Santos.
Neste momento é hora de decidir entre a caminhada pela trilha, ou pelo pagamento da travessia de “barco-táxi”. O atracadouro fica logo em frente a entrada da trilha, e os vendedores dos tickets faltam pouco te carregar.
Nós optamos pela trilha, que além de ser gratuita, deu a oportunidade de vermos a cidade por outro ângulo. Então minha dica pra você é: vá pela trilha!
O que não gostei na Praia do Forno foi da quantidade de embarcações que fazem a tal travessia. São tantas que o mar não consegue filtrar a sujeira e o óleo diesel despejado pelos barcos. Das praias visitadas, esta é de longe a mais cheia, suja e barulhenta.
No entanto, Arraial do Cabo vale a viagem, e pretendo voltar em outra oportunidade, porque ainda há muito pra conhecer da história da cidade e de seu povo.
****
O autor:
Ulisses Mochileiro
Criador da Casa do Mochileiro em IÚNA/Caparaó